RS NEGRO – CARTOGRAFIAS SOBRE A PRODUÇÃO DO CONHECIMENTO
1- Onde Francisco residia? Como onde trabalhava Francisco? Qual proposta os farrapos fizeram a Francisco? Pág. 62
R: Francisco residia em Piratini e, como muitos outros escravos das redondezas, serviu na guerra como soldado, aliás, lanceiro. Francisco trabalhava nas lavouras de seu amo, proprietário de algumas terras na cidade de Canguçu. Foi assim que a história de Francisco, da guerra farrapa e dos lanceiros negros se cruzaram gerando uma rica história.
Francisco foi cedido por seu amo aos chefes farrapos para integrar um dos muitos corpos de infantaria e artilharia das forças rebeldes. Junto com ele foi também cedido o escravo Antônio, de nação Benguela. Incorporados às tropas, os africanos foram levados à casa de um irmão de Bento Gonçalves, onde lhe disseram que se lutassem no exército farroupilha receberiam liberdade. Desta forma, tomaram conhecimento da proposta dos Farroupilhas de conceder liberdade a todos os escravos que lutassem em suas fileiras, ficando esta liberdade condicionada ao término da guerra.
2- Alistado, como Francisco conseguiu a liberdade? Pág. 63
R: Francisco passou a fazer parte de um dos corpos de lanceiros e em uma das incursões dos mesmos a Montevidéu o oficial responsável pelas tropas dispensou todos os negros por não possuir dinheiro para pagar seus soldos. Em função disso, disse a todos os escravos que “estavam livres”, tendo os mesmos recebidos “papéis” individuais.
3- Em qual sentido assistimos um processo de releitura da história do Rio Grande do Sul? Pág. 65
R: Nos últimos anos, assistimos a um processo de releitura da história do Rio Grande do Sul, especialmente no sentido de ressaltar a diversidade de sua composição étnica através da incorporação de índios, negros e mestiços à produção historiográfica, como integrantes e importantes contribuintes à formação social da região.
4- O que informava o relato do imigrante alemão João Daniel Hillebrand? Pág. 66
R: O relato de João Daniel Hillebrand, imigrante alemão e Diretor Geral da Colônia de São Leopoldo, é revelador da composição étnica da tropa que tomou Porto Alegre no dia 20/09/1835. Em depoimento da época, informava aos seus “patrícios alemães que uma partida, pela maior parte composto de negros e índios” estaria ameaçando as autoridades da Província(BENTO, 1975, p. 172).
5- Como eram recrutados a maioria dos escravos? De quais formas se dava a arregimentação? Pág. 67
R: Esses escravos eram na sua maioria recrutados entre os negros campeiros e domadores da região sul do Estado, especialmente nas proximidades da Serra dos Tapes e do Herval. A arregimentação se dava de várias formas: através da solicitação de escravos a senhores simpáticos à causa farrapa, pela captura forçada de negros pertencentes a proprietários leais ao Império.
6- Copie o depoimento do italiano Giuseppe Garibaldi. Pág. 69
R: "Este corpo de lanceiros, composto em geral de negros livres da
república, e escolhidos entre os melhores domadores de cavalos
da província, tinha unicamente os oficiais superiores brancos, e
nunca o inimigo havia visto as costas destes filhos da liberdade.
As suas lanças, que eram maiores do que as comuns, os seus
rostos pretos como o azeviche, os membros robustos e a sua
disciplina exemplar faziam deles o terror dos inimigos (DUMAS,
1947, p. 30)."
7- Explique sobre o documento conhecido por “Carta de Porongos”. O que revelaria seu conteúdo? Pág. 70
R: Conhecido como “Carta de Porongos”, que teria sido enviado pelo Barão de Caxias (Presidente da
Província do Rio Grande do Sul e Comandante-em-Chefe do Exército imperial na região) a Moringue.
Trazia como conteúdo a revelação da existência de um acordo prévio entre o Barão e as lideranças farroupilhas, visando facilitar a ofensiva imperial contra os lanceiros acampados em Porongos e acabar com o conflito que se arrastava há quase uma década. Em determinado trecho da correspondência, Caxias informaria a Francisco Pedro o local, dia e horário para o ataque, garantindo-lhe que a infantaria farroupilha estaria desarmada pelas suas lideranças.
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